5° ENCONTRO DE FORMAÇÃO
TRILHA SONORA
No último encontro do sia 21 de setembro, o assunto foi Trilha Sonora.
O educador e diretor teatral Flávio de Ávila abordou o tema elencando os elementos necessários para a construção da trilha sonora para o espetáculo.
O
som é um signo. No teatro, é um signo teatral.
Compor
uma trilha sonora exige que os responsáveis por ela meditem com
cuidado sobre seu desenvolvimento e manejem ferramentas e recursos
teóricos compatíveis com o trabalho que está sendo empreendido.
Uma
produção bem realizada – ao equilibrar cuidadosamente o som, a
imagem e as falas dos personagens - permite que a música imprima o
caráter de um filme, a sua face específica, seja qual for o estilo
musical empregado nesta obra.
A
música feita para teatro tem uma especificidade. Ela tem uma
proposta principal que é servir a cena, portanto, mais importante do
que a sua beleza ou qualidade é a sua funcionalidade.
"O
poder da música é incontestável. A capacidade que ela tem de
emocionar já é notória por si só, independente de estar ligada à
uma imagem visual, porém, quando se une imagem (situação, ação),
e som (música, efeitos sonoros) de forma sincrônica, o resultado é
fantástico pois o áudio tem o poder de influenciar, induzir,
antecipar, sublinhar e potencializar a cena." (Marco
Aureh - Músico,
ator e compositor)
Sempre
que a gente resolve montar uma peça, tem uma hora que surge a
pergunta: e a música, como é que vai ser?
Existem
dois tipos de sons: objetivo e subjetivo. O primeiro é todo som que
realmente ocorre durante as ações que transcorrem numa peça, como,
por exemplo, um tiro, uma sirene, barulhos de rua, uma música
tocando numa vitrola, uma notícia através de um rádio. Não
necessariamente a fonte sonora (vitrola, rádio) está em cena, ou,
estando em cena, não necessariamente funciona de verdade. Mas esses
sons, musicais ou não, são objetivos, existem de fato na ação,
todos em cena ouvem esses sons (a não ser que algum personagem seja
surdo).
O som subjetivo, é aquele som que não existe de verdade, mas
de várias formas não concretas de outras faces de uma verdade mais
ampliada. Por exemplo: dois personagens se aproximam, se abraçam, se
beijam apaixonadamente, e uma música linda se ouve o tempo todo,
que vai aumentando à medida em que eles vão ficando calados e cada
vez mais envolvidos.
Pois
é, a música não está lá realmente, o que se ouve é o som que
está tocando nos corações dos dois e de toda a platéia. É uma
convenção estabelecida, à qual nos acostumamos porque nos
acompanha desde que nascemos. Manipular o uso dessa convenção é
uma arte.
É
possível se fazer uma grande trilha sonora sem aparato técnico
nenhum e até sem qualquer aparelho.
Os
sons de um espetáculo, objetivos e subjetivos, podem ser resolvidos
com criatividade através da participação de todos, inclusive com
execução dos mesmos pelo elenco ou por alguém específico,
mostrado ao público ou não.
Podem
ser usados sons reais (buzinas, campainhas)
ou tudo inventado mesmo, tornando mais estimulante tanto o processo
de criação quanto o momento em que a platéia recebe aquela
informação e decifra de forma deliciosa seu código.
Latas, folhas de zinco, água, utensílios domésticos, o próprio
corpo, qualquer fonte de som é válida se usada com criatividade,
todos nós sendo compositores em potencial, não se abrindo mão,
quanqo possível, de se utilizar também (sem exclusão) as fontes de
som convencionais (gravador, CD, rádio, vitrola etc).
Realmente o som é importantíssimo e define momentos da cena, mas é muito difícil adequar o tempo da criança com o som apresentado, pois eles são muito rápidos nas ações e expressões gestuais e outras determinantes para que tudo flua e se harmonize. Requer muito ensaio e atenção permanente para que a memória musical seja interpretada e colocada no momento exato em que a cena acontece, e é maravilhoso quando isso acontece. Precisamos "educar" a visão e a audição à memória musical de nossas crianças.
ResponderExcluirFoi um ótimo encontro!
ResponderExcluirAtravés dos diferentes sons e ritmos pode-se fazer diversas e variadas brincadeiras. as crianças tem muita facilidade de entendimento n que estamos apresentando, especialmente neste tipo de atividade. É necessário que se utilize a música, de diversas maneiras em sala de aula, para que a criança se sinta livre em suas ações e sinta-se desinibida.