quinta-feira, 20 de outubro de 2016

5° ENCONTRO DE FORMAÇÃO

TRILHA SONORA





No último encontro do sia 21 de setembro, o assunto foi Trilha Sonora.
O educador e diretor teatral Flávio de Ávila abordou o tema elencando os elementos necessários para a construção da trilha sonora para o espetáculo.


 


O som é um signo. No teatro, é um signo teatral.
Compor uma trilha sonora exige que os responsáveis por ela meditem com cuidado sobre seu desenvolvimento e manejem ferramentas e recursos teóricos compatíveis com o trabalho que está sendo empreendido.


Uma produção bem realizada – ao equilibrar cuidadosamente o som, a imagem e as falas dos personagens - permite que a música imprima o caráter de um filme, a sua face específica, seja qual for o estilo musical empregado nesta obra. 

A música feita para teatro tem uma especificidade. Ela tem uma proposta principal que é servir a cena, portanto, mais importante do que a sua beleza ou qualidade é a sua funcionalidade.


"O poder da música é incontestável. A capacidade que ela tem de emocionar já é notória por si só, independente de estar ligada à uma imagem visual, porém, quando se une imagem (situação, ação), e som (música, efeitos sonoros) de forma sincrônica, o resultado é fantástico pois o áudio tem o poder de influenciar, induzir, antecipar, sublinhar e potencializar a cena." (Marco Aureh - Músico, ator e compositor)




Sempre que a gente resolve montar uma peça, tem uma hora que surge a pergunta: e a música, como é que vai ser?

Existem dois tipos de sons: objetivo e subjetivo. O primeiro é todo som que realmente ocorre durante as ações que transcorrem numa peça, como, por exemplo, um tiro, uma sirene, barulhos de rua, uma música tocando numa vitrola, uma notícia através de um rádio. Não necessariamente a fonte sonora (vitrola, rádio) está em cena, ou, estando em cena, não necessariamente funciona de verdade. Mas esses sons, musicais ou não, são objetivos, existem de fato na ação, todos em cena ouvem esses sons (a não ser que algum personagem seja surdo).
O som subjetivo, é aquele som que não existe de verdade, mas de várias formas não concretas de outras faces de uma verdade mais ampliada. Por exemplo: dois personagens se aproximam, se abraçam, se beijam apaixonadamente, e uma música linda se ouve o tempo todo, que vai aumentando à medida em que eles vão ficando calados e cada vez mais envolvidos.
Pois é, a música não está lá realmente, o que se ouve é o som que está tocando nos corações dos dois e de toda a platéia. É uma convenção estabelecida, à qual nos acostumamos porque nos acompanha desde que nascemos. Manipular o uso dessa convenção é uma arte.
É possível se fazer uma grande trilha sonora sem aparato técnico nenhum e até sem qualquer aparelho.

Os sons de um espetáculo, objetivos e subjetivos, podem ser resolvidos com criatividade através da participação de todos, inclusive com execução dos mesmos pelo elenco ou por alguém específico, mostrado ao público ou não.
Podem ser usados sons reais (buzinas, campainhas) ou tudo inventado mesmo, tornando mais estimulante tanto o processo de criação quanto o momento em que a platéia recebe aquela informação e decifra de forma deliciosa seu código.
Latas, folhas de zinco, água, utensílios domésticos, o próprio corpo, qualquer fonte de som é válida se usada com criatividade, todos nós sendo compositores em potencial, não se abrindo mão, quanqo possível, de se utilizar também (sem exclusão) as fontes de som convencionais (gravador, CD, rádio, vitrola etc).










4° ENCONTRO DE FORMAÇÃO

FIGURINO




No dia 24 de agosto, nosso Encontro abordou o tema Figurino.
A atriz Glau Barros, também figurinista, falou sobre conceito, criação, elaboração. especificidades e demais elementos que compõem um figurino teatral.






A escolha para caracterizar uma personagem faz parte do processo de construção do papel e todo esse processo é uma experiência importante para que a criança, pouco a pouco, desenvolva a abstração que a linguagem do teatro requer.




O figurino é um símbolo, elemento da narração que identifica a personagem no tempo, no espaço, no contexto social, informando o público sobre suas características mesmo antes de sua fala.
O educador, ao elaborar o figurino para crianças, deve dar atenção a alguns elementos como: conforto, segurança, praticidade, adequação ao seu tipo físico. 



É de extrema importância que seja realizado pelo menos um ensaio com o figurino para que a criança possa ficar à vontade com o mesmo, evitando que a mesma apresente dificuldade em atuar ou desconforto em relação ao que está usando no dia do espetáculo.




Para elaboração de figurino, se faz necessário que o educador instrumentalize-se de alguns quesitos, a fim de obter êxito nesta tarefa: observar pessoas, pesquisar diversas culturas, usar a imaginação, analisar fotografias e obras de arte, adquirir referências visuais para criação.